terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Fly away...

Há alturas da nossa vida em que nos sentimos sufocados. Nada nem ninguém nos faz feliz. Ficamos deprimidos e desejamos morrer, mas na verdade só queremos fugir da vida que temos.

Queria ser outra pessoa... Imagino me a sair daqui, ir viver para outro lado, fazer um novo corte, nova cor de cabelo, nova personalidade; cortar com o passado e todas as pessoas que fazem parte dele. Nada me daria mais satisfação agora, sentir me livre..fazer o que quiser, arriscar, experimentar e inovar..

Na realidade tudo o que queria era cortar as amarras, era voltar me a sentir eu mesma, encontrar a minha essência, fazer coisas que me fazem feliz sem me preocupar com a opinião de outras pessoas, sem ter a aprovação da minha família. Viver!! Não ser um "formiga" como muitos que andam aí, onde vamos trabalhar todos os dias para nos sentarmos em frente a um computador e fazermos repetidamente as mesmas tarefas que não nos desafiam minimamente e voltar a casa para jantar e dormir. É verdade que temos de trabalhar para sobreviver, mas passamos a maior parte da nossa vida a fazer apenas isso. Só queria reencontrar aquela felicidade de quando estamos de férias, longe de casa, e podemos fazer o que quisermos. O Sol, a Natureza, o que não temos tempo para apreciar diariamente, dá-nos toda a vitalidade que precisamos e queremos, dá-nos a oportunidade de sonhar, de ser felizes, de VIVER...



domingo, 1 de dezembro de 2013

Empatia (1º parte)

Quero vos falar de várias pessoas que conheci numa situação incomum e por quem desenvolvi uma certa empatia. 
(Forma de identificação intelectual ou afectiva de um sujeito com uma pessoauma ideia ou uma coisa"empatia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/empatia)
          Na situação em que nos conhecemos, um ambiente fechado, um hospital, é usual as pessoas tornarem-se próximas ao partilhar experiências de vida e ao se ajudarem mutuamente. Como poderão ver, ao apresentar um a um, o grupo era muito variado em  termos de nacionalidade, classe social e idade; mas o que tínhamos todos em comum era uma grande tristeza e solidão.



          
  • Oriunda de África, 30 e tal anos, mãe de vários filhos, de baixa estatura mas larga.
  • Violada aos 8 anos, descobriu porque um dia um rapaz aproximou-se dela e confessou ser o 1º homem da sua vida (pode ser mentira, mas não sabe). Depois teve o pai dos seus filhos mas não se teve nenhum sinal de ter perdido a virgindade naquele momento.
  • Várias vezes esteve hospitalizada. Não costuma ter visitas e parece que irá ficar lá para sempre.
  • Estado depressivo, não sei se tentou o suicídio.
  • Comportamento infantil e tornou-se muito doce comigo. No entanto, despia-se em público, urinava nos corredores, cantava, dançava, rezava e fazia alongamentos diários.
  • Dizia ser o meu anjo da guarda, benzia-me e dizia que iria sempre rezar por mim. Afirmava também ser a Virgem Maria. 

         



Amizade

Ontem tive um exemplo do que significa a verdadeira amizade.
Por vezes somos levados a pensar que as pessoas que estão constantemente a falar connosco, a mostrarem se presentes e preocupados são os nossos verdadeiros amigos. Por vezes é verdade, mas outras essas pessoas apenas têm segundas intenções e temos de ter atenção a isso.
A verdadeira amizade não se diz, sente-se, não tem necessidade de falar todos os dias, mas permanece igual como se o tempo não passasse...
O meu dia de ontem começou com um levantar da cama cheio de boas expectativas e nenhum pensamento triste, algo que não me tem acontecido muito nos últimos tempos. Eu e dois amigos meus fomos passear a Sintra, praticamos geocaching, almoçamos e comemos como sobremesa os seus famosos travesseiros. De seguida partimos em direcção a Lisboa devido a um compromisso de um deles, mas antes, porém parámos numa estufa onde eles os dois decidiram me comprar uma planta como presente de aniversário. Adorei a ideia de eles se preocuparem com isso, adoro flores e ainda adoro mais a cor das flores que escolheram. No fim agradeci e o que estava de saída deu-me um forte abraço que quase me cortou a respiração, lembrando-me de quem realmente esteve sempre ali para mim.
O final do dia foi passado em Belém na companhia do meu outro amigo, de pastéis de belém e de umas bebidas bem quentinhas do Starbucks. Lá para as 18h fomos assistir a uma palestra/concerto sobre como a música afectava as nossas emoções e consequentemente o nosso cérebro, na Fundação Champalimaud. Durante o concerto (estilo barroco) foi impossível resistir ao rol de emoções que se abateram sobre mim. Virei-me para o meu amigo e agradeci-lhe toda a sua amizade comigo, ao que ele disse "A amizade não se agradece, se tu estás triste, eu estou triste"; e isto chama-se empatia.
O que quero transmitir é que podemos estar ausentes da vida uns dos outros durante muito tempo, mas quando voltamos é como se nunca tivéssemos partido. São as pessoas a quem realmente mostramos o verdadeiro eu, com quem brincamos, fazemos patetices e passamos vergonhas, ou contamos toda a nossa vida; são esses os nossos amigos de verdade. E lembrem-se: o nosso coração ou instinto como quiserem chamar consegue identificar o que é real e o que é forçado. Abram os olhos para quem realmente gosta de vocês.

Amor vrs Paixão

Muitas pessoas não entendem a distinção entre Amor e Paixão. Muitas pessoas não conseguem definir os seus sentimentos.
Amor é o sentimento mais forte do mundo: nós sentimos amor pela nossa família, pelos amigos, por um namorado, por animais, ela natureza; isto é por tudo o que nos envolve. Pode se dizer que o Amor é do tamanho do Universo e quem o sente pode realmente estar em paz consigo mesmo e encontrar a felicidade.
Paixão, pelo contrário, é algo arrebatador, confuso, instável, não racional, etc. Não se alcança a paz interior numa paixão, há sempre uma insatisfação, um medo de algo acontecer e mudar o estado das coisas. Duas pessoas apaixonadas são inseparáveis, vivem as emoções à flor da pele, fazem juras de amor eternas e dão a vida um pelo outro. Isto, não é saudável, é o que nos dá adrenalina e nos faz sentirmos vivos, pensarmos no destino ou num ser superior que nos juntou, mas não é de longa duração.
Não faz mal, a paixão não é suposto ser eterna, por isso é tão repentina e forte, só assim a poderia ser. Mas no final o que fica é o amor, o companheirismo, o respeito; são esse conjunto de emoções que leva um casal a estar junto durante anos e é por isso que no passado havia menos divórcios. Além da crise mundial (por outras palavras, a falta de dinheiro) que desgasta relações, o compromisso que existia antigamente entre duas pessoas era para a vida. Não existe nenhuma relação perfeita, pois não existem pessoas perfeitas e as mesmas são diferentes e estão constantemente a mudar, possivelmente desfasadas no tempo. Mas o que importa é que, como tudo na vida, se existe um problema tenta se resolver, não se abandona nem se desiste. É esta a verdadeira diferença...as pessoas simplesmente desistem, escolhem o caminho mais fácil e justificam se como a aquela pessoa não era a ideal pois tinham tal diferença. É verdade, às vezes duas pessoas são mesmo incompatíveis, mas na maior parte das vezes há apenas uma "preguiça" e um mudar de vida pois encontram se descontentes com tudo.
Existe no entanto outro problema, as pessoas que buscam insaciavelmente a paixão pois a confundem com o verdadeiro amor. Mas isso é uma ilusão, a paixão não dura para sempre e se essas pessoas trocarem de parceiro cada vez que a paixão acabar mas o amor se mantiver, pois nunca ficarão satisfeitos, justificarão que o que sentem não é amor (na realidade paixão) e sim um carinho pela pessoa (na realidade amor). E essas pessoas nunca serão felizes e nunca se sentirão preenchidas..